Olá leitores, o que vocês sentem quando lêem esta pergunta? “Basta ter amor para o casamento dar certo?” Pois é, essa pergunta contraria os contos de fadas que lemos na infância. O “viveram felizes para sempre” parece irreal quando vivemos na prática, não? A vida real é diferente e aquilo que vemos como irreal, irá depender de uma construção individual diária para que essa felicidade a dois seja possível.
Tive esse insight de escrever esse artigo ao assistir o filme “Nasce uma estrela”, que está em cartaz. Confira o trailer aqui. Fica evidente no filme o que acontece nas relações reais: a sombra que possuímos não só pode destruir uma relação, como também pode destruir nós mesmos. Sim, isso é duro de constatar. Me emociono de presenciar tamanha destruição, que se sobrepõe ao amor. Amor pelo outro, amor por si mesmo vira pó quando a sombra vem à tona sem consciência.
A destrutividade no casamento
Todos nós temos nosso aspecto luz e sombra. Já falei sobre isso em um artigo. A sombra que está em nós, é composto por aspectos negativos inconscientes. É importante lembrar que muitos dos aspectos inconscientes ditam muito dos nossos comportamentos e acontecimentos em nossas vidas. Além disso, é na sombra que está nossa agressividade. E a forma como a canalizamos é que faz a diferença. A agressividade não é ruim, ela contém nossa força. Portanto, se temos consciência dela e conseguimos transcendê-la através do processo de autoconhecimento, conseguimos usá-la para a construção. Ao contrário, podemos até ter consciência dela, mas se não conseguimos aceitá-la e incorporá-la, muitas vezes ela vem à tona e a destruição impeira.
A destruição pode acontecer consigo mesmo (como podemos ver no filme citado), ou ao redor. É muito comum que ela apareça no casamento e na família, onde a convivência é maior, e é mais difícil de sustentar máscaras. Refiro-me máscaras a tentativas de papéis e uma roupagem que define papéis, porém não a identidade como um todo. Como também já escrevi, o casamento torna- se um palco, em que a luz e sombra entram em cena com maior facilidade.
E o amor versus sombra no casamento?
É claro que é muito importante amar seu cônjuge. Isso é primordial. Agora, aquela história de viver embaixo da ponte felizes e se amando, só funciona se ambos estiverem alinhados em viver assim. Nas crises durante a vida, faz-se necessário que ambos trabalhem suas próprias sombras individualmente para balancear o que é importante para si e para o outro. A força presente na sombra, quando aceita, pode ser o combustível propulsor de enfrentar seu lado mais escuro em pról de si e da relação. Atender a necessidade do outro, sem me agrider. E se autoconhecer, transcendendo suas limitações, suas crenças e padrões. Assim, podem conseguir andar lado a lado e não em um descompasso desenfreado.
O decompasso que complica. Quando um cônjuge faz grandes mudanças evolutivas e o outro empaca, há dois caminhos. Uma submissão, negligenciando suas próprias necessidades com a expectativa (ou não) de um futuro reequilibrio do casamento. Ou, a separação, em que se concretize que o padrão energético que os atraíram, mudou de fato e não houve a readaptação de um novo padrão. As vezes um dos parceiros até deseja mudar. Busca ajuda de inúmeras formas, mas fica preso na sua biografia que o impede de fazer essa mudança. Ou, até faz a mudança, mas depois da separação se consumar.
Fico tocada quando vejo as pessoas não conseguirem amar, e mais ainda a sombra prevalecer sobre o amor. Por isso, não espere perder para mudar a si mesmo. Não deixe para depois o que você pode fazer agora. Já diz Tony Robbins: “São suas decisões e não suas condições que determinarão seu sucesso”. Decida hoje! Amanhã pode ser tarde demais.
Um grande abraço, Patricia.
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