Por que você não pode chorar?

Olá leitores, antes de tudo queria me desculpar. Semana retrasada não consegui escrever artigo, pois não passei muito bem, e passada o WordPress não funcionou! Eita! Mas já estou de volta. E falar de choro é bem importante porque percebo que chorar é uma questão complicada para muita gente.

“Quero ver a próxima vez que eu venho na sessão e não choro”. “Não aguento mais chorar”. “Não gosto que as pessoas vejam eu chorando”. “Quase nunca choro”. “Chorar não leva a nada, a gente precisa seguir em frente”. “Desculpe pelo meu choro”.  São frases comumente ouvidas na minha prática clínica e na vida. E ela reflete o quanto o SENTIR não é valorizado na nossa sociedade. E mais, o quanto deixamos que o mental e o pensar, juntamente com a agir, se destaquem na nossa conduta diária. Gosto de fazer um paralelo com a máquina, ou robô, que apresenta inteligência  e executam um monte de tarefas.

E aí? O que nos diferencia de uma máquina já que somos seres humanos? É o sentir. Habitualmente, não damos espaço para entrar em contato com os sentimentos. E como somos mais mentais aqui no ocidente, isso se torna uma tarefa muita mais desafiante. A meditação ajuda muito no processo de tentar calar a mente tagarela e você se conectar com seu coração, fonte do sentir!

De onde vem essa crença de que não pode chorar?

Fomos ensinados desde o início que chorar é feio, pois a crença é de que chorando mostramos nossa fragilidade, ou de que somos mimados. E na verdade, me pergunto: será que chorar é uma expressão da fragilidade? Gosto muito da palavra vulnerabilidade, porque fragilidade traz uma conotação negativa socialmente e vulnerabilidade não. Quem de nós não é vulnerável? Dentre todos os seres que conheço, o ser humano é o mais vulnerável. Afinal, nascemos totalmente dependentes do outro para sobreviver. Sem alguém nos cuidando, MORREMOS. E conforme vamos crescendo a vulnerabilidade continua, só que em um contexto mais profundo. Exceto adultos com necessidades especiais, que dependem para seguir sua vida. Infelizmente os demais, considerados “normais”(detesto esse conceito normal), vão a escondendo porque justamente confundem vulnerabilidade com fraqueza.

Já constatei inúmeros pais que dizem que não choram na frente dos filhos. Por que gente? Será que ser autênticos e verdadeiros com o que sentimos na frente deles, não passamos a mensagem subliminar à eles do grande valor que são os sentimentos e da importância de chorar? Pelo contrário, muito pais gritam: “pare de chorar menino, isso é coisa de menina”, quando não falam “maricas”. Que aí, além de tudo passam o preconceito horroroso adiante.

Qual é a importância dos sentimentos?

O que obsevo é que os mais fortes são o que de fato reconhecem os próprios erros e a partir deles, crescem como pessoas. Quanto maior a percepção da sua própria vulnerabilidade maior sua força interior. Quem lê meus artigos, sabe que é na própria sombra que reside nossa força. Quem a ignora se enfraquece, pois repete os mesmos padrões ao longo da vida, mesmo que a pessoa acredite que seja o “último biscoito do pacote”. (risos) E é uma grande besteira não poder chorar. O choro é a expressão de uma emoção, como a risada ou o susto. A tristeza é preciso ser sentida, assim como a raiva, sem que o seu descarrego não machuque a ninguém. Ou seja, os sentimentos precisam ser sentidos, simples assim em toda a sua dimensão, para que o aprendizado aconteça e você perceba é que o sucesso vem com as inúmeras fraquezas.

Identificar as crenças que o levaram a se fazer de forte, os torna mais amorosos consigos. E quanto mais nos amamos, mais somos amados, pois atraímos pessoas nessa vibração.

Portanto meus queridos, por favor abram o berreiro e expressem a emoção, seja ela um choro de tristeza, desamparo, de alegria ou de gratidão. Te garanto que a vida fica mais colorida assim! Um sorriso com lágrimas nos olhos para vocês, Patricia.

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