Infelizmente vivemos em uma época em que trabalhar demais é pop, não ter tempo é chique, afinal somos muito importantes e muito requisitados. Sério, quando de fato não tenho tempo para nada, não sinto o menor orgulho disso. Sabe por quê? Porque com certeza estou negligenciando a mim mesmo. E isso não é chique, nem pop, nem nada. Estou sendo desleal comigo, porque eu sou a pessoa mais importante. É claro que não pensei sempre assim. Com o processo de evolução e autoconhecimento, essa crença e maneira de viver foram construídas pelo autoamor e autocuidado.
As pessoas são cobradas a todo tempo por metas e desenvolvimento profissional. Fora todo o estresse de viver em uma grande cidade, medo do perigo, exigência de ter um alto padrão de vida. Tudo isso já beira a insanidade mental. E se ainda as pessoas esquecem de si mesmos, gente. Não tem milagre: as consequências podem ser doença física, doença emocional, acidentes, ou coisa pior, como a morte.
Por que as pessoas gostam de dizer que estão sem tempo?
Atualmente o mind-set das pessoas é fazer, fazer, fazer. Quanto mais você trabalha, mais importante você é. Quanto mais você ganha, mais prestígio você tem. As pessoas se preocupam com o que mostram: com o carro, com a roupa, com o cabelo, com o celular. Porém não se preocupam com seu crescimento como ser humano, muito menos com o outro. Por isso ouvimos do alto grau de competividade das pessoas que trabalham em empresas. Neste caso, nós deveríamos ser chamados de Ter Humano (risos), pois esquecemos de SER. Viramos máquinas de fazer, quase que robôs que esquecem de SENTIR. Há pessoas que chegam a ficar sem comer, sem ir ao banheiro porque tem muito trabalho. Gente, isso é NECESSIDADE BÁSICA. E as pessoas negligenciam isso.
O vazio interno, a insegurança, a autoestima rebaixada e a necessidade de reconhecimento faz com que as pessoas tapem seus buracos internos com o trabalho, comida, e com coisas materiais. Aí a busca incessante por fazer, fazer e fazer aumenta. Já qie vira um ciclo vicioso: comprar mais exige que eu ganhe mais, e portanto trabalhe mais.
Depositam no outro e no trabalho a fonte de prazer e de reconhecimento e esquecem-se do essencial: si mesmo! É necessário que você se reconheça, você se dê amor. Mas para isso, você precisa olhar para os acontecimentos que o levaram a acreditar que você não é merecedor, que não foi amado, que foi negligenciado. Seja lá o que foi que aconteceu, ter consciência desses acontecimentos que editaram a crença de quem é você, e ressignificá-las.
A psicoterapia irá trabalhar esses pontos para que você reconheça quem verdadeiramente é. Você é muito mais do que os papéis que você executa na sua vida. Como Kevin Kruse diz: “A vida não é sobre ter, é sobre dar e ser”.
Percebo um movimento lento de mudança do resgate do Ser, mas ainda é pequeno. Mas tenho certeza que acontecerá. O Universo está colocando as pessoas frente aos seus desafios inevitavelmente. É preciso coragem para quebrar esta crença da falta de tempo. Enfrente os seus desafios e contem comigo, Patricia.
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