Como as mulheres podem equilibrar maternidade e vida profissional?

Hey! Como estão todos vocês? Tive um pedido para escrever sobre como as mulheres podem equilibrar a maternidade e a vida profissional. Esse é um dilema comum principalmente às mulheres que são funcionárias e têm uma carga horário normal de CLT (44 horas semanais, ou mais né?) e precisam se abdicar totalmente de si para estar com os filhos nas horas vagas ou se abdicar dos filhos para investirem no seu autocuidado.

Como é a maternidade logo após o nascimento?

Desde o momento que a mulher torna-se mãe pela primeira vez, há a perda de identidade, por ter que focar somente no papel da maternidade e esquecer dos demais. Por isso, muitas mães sofrem muito nesta fase inicial. Algumas até sentem falta do trabalho, por ser justamente um momento fora da função materna. Mas é claro que o retorno a trabalhar é bastante desafiante por se separar do bebê.

Sinceramente, o mundo ideal seria uma licença de maternidade de 1 ano, e o pai também ter a licença de paternidade mais longa (diria de 2 a 3 meses pelo menos) para ajudar e estar ao lado da mãe e do bebê. A relação mãe-bebê é muito forte e simbiótica. Fazer essa separação tão cedo pode ser traumático para o bebê e para mãe, que sofre com a distância. Essa relação torna-se menos simbiótica depois de um ano de idade da criança e dura até os três primeiros anos. São os tais 1000 dias de ouro, que a ciência mais moderna vem comprovando, e explica a importância da presença dos pais ativamente na educação dos filhos. Na Suécia, já existe licença de maternidade e paternidade mais longa! 😉

Mas como fica para os pais que precisam trabalhar?

Enquanto refletia sobre esse tema, me veio uma imagem de jogo de xadrez. O que entendi dessa imagem, apesar de eu não ser jogadora de xadrez e de não saber as regras, que é preciso avaliar aonde estão as peças, saber onde que chegar para assim tomar uma decisão. E acredito que o mesmo deve ser feito nesta questão maternidade X vida profissional. Muitas coisas precisam ser avaliadas para se chegar a um equilíbrio em que todos sejam beneficiados.

O que precisa ser avaliado?

  1. A questão financeira. Quanto é o seu custo de vida e quanto cada cônjuge ganha.
  2. Necessidade da mãe e do pai. Se ela deseja ou não trabalhar. Se um deles supre o custo de vida, o que se pode fazer? O pai já supre e mãe quer se dedicar a maternidade? Ou o pai já supre mas a mãe não quer deixar de trabalhar para se dedicar exclusivamente a maternidade? Vai fazer o quê? Ou a mãe que supre? E o pai, o que quer fazer? Avaliar a necessidade de cada um e ver o que se pode fazer de acordo com o custo de vida e com que cada um ganha.
  3. Há a família por perto que pode ajudar com o filho?
  4. Funcionárias em casa de confiança para estar com o filho? Lembrando que não substitui os pais, mas podem contribuir e muito na ausência.
  5. Possibilidade de colocar em uma escola integral. Há pessoas que querem e acham melhor do que deixar com funcionárias do lar e há outras que não querem,  por acharem os filhos muito pequenos para ficarem longe de casa, perda da possibilidade de fazer as refeições com os filhos entre os turnos do trabalho, etc.

Há interferência da maternidade na vida profissional e vice-versa?

Sim, inevitável. Qualquer papel social novo que podemos vir a assumir irá interferir em todos os outros âmbitos da nossa vida. É sistêmico. E precisa haver um tempo para adaptação desse novo sistema de funções. É muito comum ouvir que não podemos levar nosso problemas pessoais para o trabalho e do trabalho para casa. Sim, esse é o ideal. Porém na realidade, nem sempre conseguimos agir de tal maneira.

É importante avaliar cada momento, cada dia e ver que prioridade você vai dar. Seu filho ficou doente. Chefe, mil desculpas. Vou cuidar do meu filho. Tenho um projeto para entregar? Filho, sinto muito. Papai fica contigo, a vovó também. Estou esgotada, estressada? Chefe, filho, marido, quem for, sinto muito, irei cuidar de mim agora. Percebem? Por isso, que veio o jogo de xadrez. Avaliar a cada momento, porque uma jogada pode mudar tudo e você ter que reavaliar no momento e mudar a estratégia.

Por isso que a maternidade amadurece tanto a mulher, porque você é obrigada a flexibilizar para as coisas darem certo. Você passa a ter menos controle da sua vida, pois tem um serzinho que depende de você e muitas vezes do seu trabalho para sobreviver. Afinal sem dinheiro, ele também não vive dignamente né? E o amadurecimento nada mais nada menos, é você ficar mais no fluxo da vida e sair do controle. Ou seja, o filho tende a fazer isso com você, se você estiver aberta. Não é todo mundo que se abre para tal transformação.

Então como equilibro tudo o que preciso fazer?

Em resumo, faça seu melhor a cada momento, seja no seu trabalho, seja com seus filhos. Não existe perfeição, o ideal deve ser buscado, mas o real é o melhor que podemos, avaliando o todo e dando prioridade para o que precisa, dia após dia. E se seu trabalho não se adequa ao que você precisa, busque outro trabalho, outra empresa. Vá atrás da sua felicidade! E mais que isso, não se esqueça de você mulher, da sua essência, meio a tantos papéis que você tem. Portanto você é muito mais que mãe, filha, empregada, esposa, etc. Não se esqueça de cuidar de você. Um beijo, Patricia.