Como lidar melhor com o fracasso

Olá queridos leitores, promessa é dívida. E como prometi, aqui estou eu para escrever sobre fracasso. O fracasso é o resultado de algo que tentamos fazer e não conseguimos. Muita gente vê o fracasso como algo muito ruim, mas eu vejo de uma forma diferente.

Como é o fracasso para uma criança?

Comece observando um criança desde o nascimento. Elas nascem completamente dependente de nós e incompetentes em todos os sentidos. Precisam de um adulto para alimentá-las, mantê-las limpas. Resumindo, precisam da gente para suprir todas as suas necessidades. E essa dependência vai diminuindo ao longo dos anos. Por outro lado, o crescimento delas é enorme em pouco espaço de tempo. Em três anos, elas já andam, pensam e falam! É inacreditável!

Vocês já realmente observaram como se dá o processo de aprendizagem de uma criança pequena? Quantas vezes elas caem para aprender a andar? Quantas vezes repetem uma brincadeira para acertar a peça no buraco? Elas são incansáveis nas milhares de tentativas e erros para até então conseguir aprender algo novo. A reação difere de criança para criança. Tem umas que lidam bem, porém outras ficam muito bravas!

E você já parou para reparar como são os pais, avós, até professores(!!!) com as crianças enquanto elas brincam? Elas estão na suas inúmeras tentativas, e o adulto vai lá e faz pela criança. Ela acaba com o processo do pequeno cientista. Me lembro há muito tempo (eu não tinha filhos) fui a uma festa de criança. E tinha um teatrinho muito bacana fazendo os bichos com a sombra das próprias mãos na parede. Só que o “balde de água fria” foi quando constatei que eles não davam nem sequer um tempinho para as crianças adivinharem os bichos… Eles mostravam e já falavam: olha o elefante! Minha criança interior ficou tão frustrada! Hahaha

Infelizmente nós fazemos isso o tempo todo, não deixa a criança explorar a natureza, seu próprio corpo e seus limites, para evitar que caia ou que se machuque. Como se a gente não caísse ao longo da vida, e não sofresse. Portanto deixe ralar, deixe correr. Em caso de um perigo real (de vida ou um problema maior), supervisione, ou não deixe. Mas em casos em que o risco é mínimo, deixeee! Não faça pelas crianças, não responda por elas. Tenho uma amiga que tem filho mais velho, e quando a filha vem com alguma pergunta cabeluda, ela volta com a pergunta e faz com que ela reflita: o que você sabe sobre isso? O que você acha sobre isso? Faça as crianças refletirem, você não é o dono do saber. Acho que meu filho me ensina mais do que eu a ele.

Agora o que as crianças tem a ver como lidar com o fracasso?

Como é o fracasso para o adulto?

Para crianças que foram superprotegidas e tolhidas de descobrirem por si mesmas no seu processo de aprendizagem, podemos esperar ver adultos com pouca tolerância, pouca persistência e baixa resiliência (vemos muito por aí). Tentam algo novo, não conseguem ter o resultado que esperam. E se desvalorizam com este erro, se colocando para baixo. Ou seja, autoestima extremamente rebaixada.

Atualmente muitas pessoas querem empreender e desistem logo. Entretanto, se forem conversar com grandes empreendedores, vão ver que para chegar no topo, eles fracassaram inúmeras vezes, como as crianças. 😉 Mas isso exige abertura para mudança, humildade, e vontade de crescer. Por não persistirem, as vezes falta aquele pouquinho para então atingir o sucesso esperado e desistem antes da hora. Na verdade, são focados no resutado e não no processo. O processo de se reinventar, de se superar, de crescer naquilo que você se propôs a fazer e curtir de fazer o que se gosta.

E tudo isso é vale para a vida não? Então reflitam sobre isso e também sobre como vocês educam uma criança. Com liberdade e confiança ou com medo? Consequentemente, isso refletirá na vida adulta de como ela lidará com o fracasso. Maria Montessori já citou: “nunca ajuda uma criança em uma tarefa que ela se sente capaz de fazer.” Em conclusão, os fracassos são a chave para a maestria.

Se mesmo assim não tiver conseguindo lidar com fracassos, procure ajuda. Talvez seja interessante descobrir coisas ocultas sobre si mesmo que impedem seu crescimento. Conte comigo, Patricia.

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