Olá! Por que escrever sobre a importância da humanização do parto. Porque acabei de assistir um vídeo de um parto: um bebê nascendo em um provável hospital particular sendo tratado “adequadamente” seguindo o protocolo hospitalar. E chorei copiosamente! Falo “adequado” porque não houveram cenas de violência como já presenciei em outros vídeos em que o médico deu tapas no bebê para ele chorar e constatar que estava vivo. (Como se o choro não fosse uma expressão de dor). Deve ser uma delícia (claro que estou sendo irônica) sair da barriga da mãe, onde era tudo quente, apertadinho, pouca luz, sons repetitivos para um lugar frio, espaço sem limites, barulhos diferentes, com uma luz forte no olho.
Voltando ao procedimento “adequado”(sim gente, estou sendo irônica novamente). Me separam de minha mãe já de cara, no qual fiquei sendo embalada por 10 meses para fazer o tal procedimento hospitalar. Me pesam numa balança fria e dura, medem minha cabeça, põe um colírio desnecessário, medem meu tamanho, aspiram meu nariz, etc. Esses foram as boas vindas a este mundo. Tenho um aperto no peito tremendo de me colocar no lugar do bebê, porque muito certamente já fui esse bebê. E seguramente senti medo, desamparo e provavelmente percebi este mundo como um monstro enorme. São os primeiros inprints na minha memória celular ao chegar ao mundão. Sem falar no desconforto de respirar pelo nariz, que não deve ser nada agradável e que acaba sendo forçado quando cortam o cordão umbilical rapidamente pós nascimento.
O que é a humanização do parto?
É minimizar o impacto no nascimento postergando grande parte do procedimento e excluindo algumas práticas desnecessárias. Há também o lado da mulher (parturiente), em que ela é a protagonista do parto, é ela quem decide como vai nascer o filho.
Neste artigo quero focar no bebê que vem ao mundo. Ao nascer, ele é colocado direto no colo da mãe, onde consegue ouvir os batimentos cardíacos da mesma e sentir seu calor e seu cheiro. Panos quentes são colocados no corpo, o ar condicionado está mais quente e a luz minimizada. (Segue foto do parto do meu filho, perceba a luz mais amena, ele tinha acabado de nascer e foi pro meu colo e está envolvido por paninhos mornos. E mais um detalhes: o cordão umbilical não foi cortado imediatamente, o que traz inúmeros benefícios para ele). Mais detalhes, veja o que a Wikipedia fala.
Qual é a importância do parto humanizado?
A curto prazo, podemos pensar na saúde, bem-estar e ao respeito do tempo da mãe e do bebê no momento do parto. A médio e longo prazo, os benefícios são infinitos.
A médio prazo, pode-se evitar complicações respiratórias do bebê pois ele foi respeitado quanto a decidir o momento de nascer. Partos agendados antecipadamente aumentam chance no bebê de problemas respiratórios devido ao fato de que o aparelho respiratório ainda não está maduro suficiente.
Agora a longo prazo, temos inúmeras consequencias. E é aí que chegamos onde eu queria. A forma como eu fui recebida no mundo pode trazer inúmeras marcas e pode determinar muitas questões ligadas a ansiedade e medo. Pensa, como fica minha respiração ao chegar no mundo com tamanho desespero? Como eu percebo o mundo quando eu bebê amedrontado, sou separada de minha mãe imediatamente ao parto?
Alguns de vocês devem estar pensando: Ah Patricia, procedimento médico não se discute! Você não é médica! Sim, mas quem criou e defende o parto humanizado são médicos. E eu sou psicóloga, e consigo me colocar no lugar do bebê e perceber as marcas inconscientes que podem determinar muitos dos seus padrões emocionais e comportamentos ao longo de sua vida.
Cada vez mais quando estudo, vejo na literatura de Psicologia e Antroposofia que o ínicio da vida até os 21 anos são muito importantes. O primeiro setênio extremamente importante. E os três primeiros anos, os tais 1000 dias que muitos cientistas recentes falam, são essenciais para o desenvolvimento emocional saudável da pessoa.
No desafio diário da maternidade, me vem a frase que já vi mais de uma vez: “quer melhorar o mundo? Cuide de seu filho principalmente nos primeiros 1000 dias com amor e gentileza”. E isso queridos, inclui o parto.
Compartilhem este artigo, informem as pessoas. Quanto mais pessoas tiverem acesso ao parto humanizado, podemos fazer grande diferença no mundo. E há iniciativa pública para as pessoas. Infelizmente no SUS o movimento é pequeno, porém já existe. Confere a matérias da revista Pais&filhos. E também há a Casa Angela, clique aqui.
Vamos mudar o mundo gente! Compartilhem! 😉 Beijo, Patricia.
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Em breve: Youtube #psicologiadescomplicada
