Abuso sexual: como a psicoterapia pode ajudar a transcender o trauma

Infelizmente o abuso sexual é muito mais comum do que podemos imaginar. E isso é triste, pois as conseqüências negativas na biografia da pessoa podem ser enormes dependendo de como ela significa esse trauma. Ainda mais quando o abusador é um familiar, como avós, pais, tios e irmãos. 

Como são os abusos e abusadores?

Os abusos são normalmente planejados e com o alvo muito bem escolhido. O mais comum é o abusador ser da família, o que facilita o planejamento e minimiza a possível descoberta, por terem uma proximidade afetiva. Costumam ser visto como presentes, envolventes e participativos com as crianças em geral, inclusive da vítima. Os abusos podem ser sem contato físico (abuso verbal, telefonemas obscenos, voyerismo), com contato físico (manipulação ou coito) e contato físico e violência (física ou intimidação e ameaça).

Como identificar as crianças vítimas de abuso?

Primeiro, é preciso ter consciência do quanto é comum o abuso. E é da responsabilidade dos pais ou de quem cuida de ficar atentos aos sinais que a criança dá. É importante ver se há alteração de comportamento, e quando ocorre essa mudança. Os sintomas mais comuns de observar são: agressividade, depressão, isolamento, problemas com o sono ou pesadelo, rebeldia e delinqüência, preocupação excessiva com a sujeira do corpo e das mãos, medo de uma pessoa específica e alguns lugares, evitação de exames físicos no corpo ou genitais.

A revelação do abuso se dá quando há desconfiança dos cuidadores, quando há um flagra ou até o momento que a criança conta o que aconteceu. Infelizmente o problema disso é que alguns familiares acham que ela está fantasiando, aumentando o sofrimento e a falta de esperança da criança com relação a família.

Como se dá a psicoterapia em casos de abuso sexual?

As pessoas  vítimas de abuso sexual têm sua alma muito machucada, como se tivessem furos e por isso sentem-se vulneráveis frente ao mundo externo. Sentem vergonha e culpa pelo trauma vivenciado, porque muitas vezes também sentiram prazer, afinal o corpo é fonte de prazer. A culpa é introjetada pelo abusador, já que este não a sente.

Sabe-se que o abusador foi abusado e este ciclo só é quebrado quando uma vítima deixa de ser um futuro algoz. E pacientes que vão em busca da terapia para resolver este trauma não tem consciência da força que existe dentro delas, por suportarem sozinhas essa invasão física e por estarem justamente quebrando o ciclo de abusos. 

É importante recuperar a autoestima, a confiança em si e no mundo e retomar a convivência familiar harmoniosa após a revelação. E isso toma tempo. Costumo usar técnicas de PNL, meditação para ressignificar o trauma, se perdoar e entender os motivos pelos quais tudo isso aconteceu. É preciso avaliar como a pessoa está lidando com sua sexualidade no momento atual.

Escreverei um artigo futuro de como pais podem ficar atentos aos sinais e como conversar com seus filhos para evitar que abusos aconteçam. O abuso sexual é um problema familiar, e não da criança. Ela é vítima de um sistema familiar desprotegido e inconsciente.

Pais e cuidadores, informem-se e olhem para seus filhos com todos os sentidos que vocês tem, percebendo “o além”do comportamento em si. Em caso de dúvidas, busquem um profissional para orientar vocês. Um abraço afetuoso, Patricia.

Facebook/Instagram: patriciafigueiredosaude

 

 

 

 

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